sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Relatos de crianças obesas



C. A. R S, 37 anos, manicure. Mãe de A. 10 anos e M. 9 anos. Apesar da pouca idade, A. já pesa 58 quilos e tem 1,48m e M. está com 52 quilos e tem 1,38m de altura
 
''Achava que minhas filhas eram fofinhas. Mas jamais imaginei que elas estivessem obesas. Na minha família, comida era sinônimo de saúde. Então, eu pensava que quanto mais alimentadas minhas filhas estivessem, mais saudáveis elas seriam. E vivia oferecendo comida. Depois do jantar, sempre dava um chá com bolachas, um chocolate. Se elas não dormiam, achava que estavam com fome e dava ainda mais comida. Quando deixavam comida no prato, eu fazia chantagem emocional, dizendo que milhares de pessoas no mundo estavam morrendo de fome enquanto elas desperdiçavam comida. Só me dei conta da obesidade quando elas ganharam roupas de amigas da mesma idade. O problema é que nada servia para elas. Além disso, tanto a A. quanto a M. já têm celulite e estrias provocadas pela obesidade. Isso faz com que elas não queriam usar saias ou blusas curtas que mostrem os braços e a barriga. Neste momento, percebi que elas não eram crianças ativas e não gostavam de conviver com outras meninas. Elas só brincavam entre elas, dentro de casa. Falavam que as outras garotas eram chatas, porque as chamavam de gordas. Resolvi procurar ajuda e encontrei o Instituto Movere, uma ONG que promove um trabalho com crianças obesas carentes. Elas vão a uma academia de ginástica duas vezes por semana e estão passando por uma reeducação alimentar. Aliás, toda a família está mudando os hábitos alimentares. Ao invés de comermos três pães no café da manhã, agora cada um come um. Os refrigerantes sumiram da geladeira.''

 

 

 

 

 

 

 

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